O Tempo e a Lei da Semeadura

Dr. Maurício Ricardo

O tempo é um dos maiores mistérios e, ao mesmo tempo, uma das maiores bênçãos que recebemos. Ele não pode ser acelerado, freado ou revertido. Simplesmente avança, dia após dia, como uma grande corrente que nos leva, silenciosamente, a colher o que plantamos. A nossa vida é, essencialmente, uma história de semeadura e colheita.

Desde os tempos antigos, Deus já nos orientava sobre essa realidade. Em Gálatas 6:7, está escrito:

"Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará."

Essa é a chamada "Lei da Semeadura", uma lei espiritual implacável e, ao mesmo tempo, extraordinariamente justa. Ela rege cada escolha que fazemos. Tudo o que plantamos — seja em pensamentos, atitudes, palavras ou ações — cresce e, inevitavelmente, se torna a nossa colheita no futuro.

O envelhecimento, longe de ser uma maldição, é apenas o espelho que amplifica a verdade do que semeamos ao longo do tempo. Ele não cria nada de novo: apenas potencializa aquilo que já vinha sendo cultivado no coração, na mente e nas atitudes. Quem plantou amor, sabedoria, fé e perseverança, verá esses frutos amadurecerem. Quem plantou negligência, amargura ou egoísmo, verá também esses frutos crescerem.

Mas a beleza do tempo é que, enquanto ainda estamos vivos, há espaço para a mudança. Há uma oportunidade para reverter o processo, mudar a semente. Embora não possamos evitar a colheita daquilo que já foi semeado — pois a justiça de Deus é perfeita —, podemos decidir, a partir de agora, que novas sementes lançaremos.

Não adianta reclamar da colheita amarga. Não adianta culpar outros pelo que floresceu em nossos campos. A maturidade verdadeira — aquela que agrada a Deus — é assumir a responsabilidade por nossas escolhas e compreender que o que plantamos é o que, mais cedo ou mais tarde, surgirá.

E mesmo que nossas plantações passadas sejam de dor e arrependimento, a misericórdia de Deus é infinita para aqueles que O buscam de coração quebrantado. Como diz em 2 Crônicas 7:14:

"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."

Deus não é um juiz impessoal que apenas pune — Ele é Pai amoroso que disciplina para restaurar. Sua mão pode ser pesada no ensino, mas é também cheia de bondade e misericórdia para aqueles que se arrependem, O aceitam como Senhor, e se entregam a Ele de corpo, alma e espírito.

O tempo é um presente. Cada novo dia é uma chance de semear vida, amor, fé e esperança. Que a consciência da lei da semeadura nos torne mais responsáveis e, acima de tudo, mais rendidos Àquele que nos chama para uma colheita eterna.